domingo, 6 de setembro de 2015

dançar, beber, cantar.

na casa vazia os demônios dançam
convidam-me à dança mas
digo-lhes: não sei dançar!
e então os dançarinos dão uns passos
e pelas passadas começam a cercar
me.

na casa vazia os demônios bebem
convidam-me à bebida
digo-lhes: não posso beber!
e então puxam as cadeiras; sentam
e os vapores de vinho a entorpecer
me.

nesta casa outros demônios cantam
convidam-me aos cânticos
digo-lhes: não quero cantar!
e então engrossam as vozes, gritam
e os gritos começam a perturbar
me.


na silenciosa casa os demônios
jogam os utensílios pelos ares
sussurro: não me importa!
demoraram tanto que coisas se tornaram
atiraram-se por fim aos outros lares!

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